Em Mâncio Lima, Jovem caçador afirma ter caminhado com seres encantados da floresta durante sete dias perdido
- 27/01/2025
Um jovem caçador da zona rural de Mâncio Lima viveu uma experiência que mistura sobrevivência e mistério após passar sete dias perdido na floresta amazônica. Resgatado no final da tarde do dia 23 de janeiro, ele relatou ter recebido a companhia de duas entidades encantadas da mata: o Caboclo da Mata e o Curupira, figuras do folclore amazônico.
O caçador, que saiu da região do Ramal do Vinte com destino à comunidade São Salvador, na Serra do Moa, carregava apenas uma lanterna e uma espingarda. Segundo o Corpo de Bombeiros, ele perdeu-se ao tentar seguir uma orientação confusa dada por caçadores que encontrou no caminho.
Durante os dias em que esteve desaparecido, o jovem contou que duas entidades o acompanharam. O Caboclo da Mata teria se apresentado como um guia, indicando o caminho a seguir. Por outro lado, o Curupira, conhecido por suas pegadas invertidas e travessuras, zombava dele, dizendo que morreria de frio e fome.
“Enquanto um mostrava a direção, o outro me testava, dizendo que eu não sobreviveria”, relatou o caçador aos bombeiros. Ele afirmou que as vozes eram constantes, o que o deixava desorientado, mas também o mantinha em movimento, na tentativa de sair da floresta.
Mesmo sem capturar nenhum animal, o jovem conseguiu se alimentar de frutos encontrados no meio da mata. Ele manteve uma fogueira acesa por algumas noites, mas não dormiu adequadamente, o que contribuiu para seu estado psicológico abalado.
Segundo o Capitão Josadac Cavalcante, comandante do Corpo de Bombeiros, a desorientação na floresta é comum e, em muitos casos, faz com que as pessoas andem em círculos, especialmente à noite. “Ele estava psicologicamente abalado, ouvindo vozes, o que comprometeu sua orientação. Esse tipo de relato não é incomum em situações de extremo estresse”, explicou.
O jovem foi encontrado por caçadores e, em seguida, conduzido à base pelo Corpo de Bombeiros. Apesar do tempo na floresta, estava bem de saúde e foi entregue aos seus familiares.
O caso ganhou atenção local pela menção das entidades encantadas, figuras profundamente enraizadas no imaginário popular da Amazônia. O relato do caçador reacende debates sobre a interação entre as lendas amazônicas e a vivência daqueles que dependem da floresta para sobreviver.
“Esses seres são parte da nossa história e cultura”, comentou José Ferreira morador da região. “Para quem vive na floresta, eles existem e, às vezes, ajudam ou testam quem entra no território deles.”
Jurua24horas