Plantação de 450 hectares de soja no Juruá entra no período da colheita; sistema integrado com milho e pasto aumenta a rentabilidade

• 10/02/2025

Redação Juruá Online

A produção de soja no Vale do Juruá, no Acre, avança e entra na fase da colheita, com um volume significativo de 450 hectares colhidos nesta safra. Apesar dos desafios enfrentados na região, a atividade agrícola tem mostrado crescimento e fortalecimento.

Após a colheita da soja, o produtor decidiu não interromper o ciclo produtivo e investiu em novas culturas. Cerca de 250 hectares, antes destinados à soja, foram convertidos para o plantio de milho, enquanto outros 200 hectares receberam capim braquiária. O aproveitamento da palhada da soja como adubo natural contribui para enriquecer o solo e garantir uma produção mais sustentável.

O professor da Universidade Federal do Acre, Luis Henrique Farinatti, destacou a importância desse modelo de rotação de culturas. “A gente vê mais um sistema de integração funcionando no Juruá. Este é o terceiro ano consecutivo em que ocorre a rotação entre soja e milho, garantindo uma colheita expressiva acima de 60 sacas. Isso rentabiliza a produtividade e viabiliza a rentabilidade da produção. Aqui, a lavoura, ao contrário do resto do Brasil, foi beneficiada pelo clima e está encontrando um cenário favorável para a colheita. No mesmo momento em que a soja está sendo colhida, o milho está sendo plantado, garantindo a cobertura do solo e a valorização das atividades”, afirmou.

O engenheiro agrônomo da propriedade, Pedro Ferrari, ressaltou que a diversificação das culturas é uma estratégia planejada com antecedência. “Após a soja, estamos plantando agora, mas isso já foi projetado. A semente foi escolhida há pelo menos quatro meses. Então, o que estamos fazendo hoje já foi desenhado no planejamento no escritório há pelo menos quatro meses atrás. A soja teve um ciclo de 110 a 115 dias, e agora vamos ver se o que planejamos vai ser positivo e trazer retorno. Saímos da soja e, em um certo período, vamos colher. Podemos destacar o que é chamado de milho safrinha. Antigamente, ninguém dava muita importância, e hoje ele se tornou uma parte importantíssima da renda do agricultor. Cada vez mais conseguimos melhores resultados com o milho safrinha. A soja este ano foi muito boa, plantamos um pouco atrasado e estamos quase no limite da janela do milho safrinha, então estamos acelerando o plantio para que possamos colher bons frutos”, explicou.

O agrônomo Diego Silva, da empresa Cargioli, fornecedora das sementes de milho, trouxe mais informações sobre a escolha das variedades utilizadas. “Este ano, a propriedade utilizou a semente 8480, conhecida pelo seu bom rendimento. É um material de ótima sanidade e com grande potencial produtivo, garantindo uma produção excelente ao final da colheita. Hoje, é feita a sucessão entre soja e milho: primeiro a soja e, em seguida, entra o milho safrinha. Precisamos trazer materiais que se adaptem à realidade da propriedade. Temos uma altitude um pouco baixa e um solo de baixa fertilidade, então buscamos um material que se enquadre nessa situação para garantir um nível de produção satisfatório. Existem materiais com alto teto produtivo, mas dependendo do solo, altitude e clima, não adianta trazer um material produtivo de outra região, pois a realidade aqui é diferente. Hoje, estamos utilizando a semente 8480, que é um excelente material com alto teto produtivo e ótima sanidade. Acredito que teremos bons resultados ao final do ciclo”, detalhou.

A colheita da soja e o plantio subsequente do milho reforçam a importância da integração de culturas no Juruá, trazendo ganhos econômicos e ambientais para os produtores rurais. Com planejamento e adaptação às condições da região, o setor agrícola do Acre segue em expansão.